segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A boca

A boca,

onde o fogo
de um verão
muito antigo

cintila,

a boca espera

(que pode uma boca
esperar
senão outra boca?)

espera o ardor
do vento
para ser ave,

e cantar.



Eugénio de Andrade

Sem comentários:

Enviar um comentário