domingo, 30 de setembro de 2012

OS ERROS

A confusão a fraude os erros cometidos
A transparência perdida — o grito
Que não conseguiu atravessar o opaco
O limiar e o linear perdidos

Deverá tudo passar a ser passado
Como projecto falhado e abandonado
Como papel que se atira ao cesto
Como abismo fracasso não esperança
Ou poderemos enfrentar e superar
Recomeçar a partir da página em branco
Como escrita de poema obstinado?

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN, in O NOME DAS COISAS (Moraes Ed., 1977), in OBRA POÉTICA (Caminho, 2010)

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