domingo, 14 de julho de 2013

De um e outro lado do que sou


De um e outro lado do que sou,
da luz e da obscuridade,
do ouro e do pó,
ouço pedirem-me que escolha;
e deixe para trás a inquietação,
a dor,
um peso de não sei que ansiedade.

Mas levo comigo tudo
o que recuso. Sinto

colar-se-me às costas
um resto de noite;
e não sei voltar-me
para a frente, onde
amanhece.

NUNO JÚDICE, in MEDITAÇÃO SOBRE RUÍNAS (Quetzal, 1999)

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