domingo, 15 de janeiro de 2012

BEIJO


Basta-me o teu beijo:
Aquele azul
de arrepiar.

Quero-te assim;
Inteira no sentir.
Toda tremendo
na claridade
alta do desejo.

Os lábios ardendo
nos desconhecidos
dentes assustados.
A língua procurando
recantos.
Onde a labareda é mais intensa.

O pão que procuro:
Vem nesse vulcão
de aves incandescentes.

Aquele pão doce
e quente.
Das madrugadas empoleiradas
no raiar dos pássaros.

Esse é o beijo:
Que me basta
e que me alimenta.


JOAQUIM MONTEIRO, in NA TUA BOCA (Ed. Universus, 2011)

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