terça-feira, 12 de março de 2013

POEMA OCTOGÉSIMO


Frágeis como os ossos de um cristal,
os meus pensamentos aninham-se na noite
para construir o poema. A minha dor branca prefere
a luz que prenuncia a madrugada, luz bailarina
que me ilumina a pele molhada de alegria
sempre que faço em ti o trabalho doce da abelha
e me deito sobre o teu corpo para provar da vida
o melhor de todos os néctares, o mais completo
dos versos que o teu sangue me dá. Continuo
a escrever-te com o corpo. Quero ganhar
o nobel da ternura.

JOAQUIM PESSOA, in GUARDAR O FOGO (a publicar em 2013)
[com Texto introdutório das Prof. Maria da Conceição Andrade e Maria Fernanda Navarro da Universidade do Algarve]

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