domingo, 14 de janeiro de 2018

ABRIGO


Abrigo-me de ti
de mim não sei
há dias em que fujo
e que me evado
.
há horas em que a raiva
não sequei
nem a inveja rasguei
ou a desfaço
.
Há dias em que nego
e outros onde nasço
.
há dias só de fogo
e outros tão rasgados
.
Aqueles onde habito
com tantos dias vagos.

MARIA TERESA HORTA, in MINHA SENHORA DE MIM, (Ed. Futura, Lisboa, 1974), in in POESIA REUNIDA (Publ. D. Quixote, 2009)

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