terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
AVE DA ESPERANÇA
Passo a noite a sonhar o amanhecer.
Sou a ave da esperança.
Pássaro triste que na luz do sol
Aquece as alegrias do futuro,
O tempo que há-de vir sem este muro
De silêncio e negrura
A cercá-lo de medo e de espessura
Maciça e tumular;
O tempo que há-de vir - esse desejo
Com asas, primavera e liberdade;
Tempo que ninguém há-de
Corromper
Com palavras de amor, que são a morte
Antes de se morrer.
MIGUEL TORGA, in PENAS DO PURGATÓRIO (1954), in MIGUEL TORGA-POESIA COMPLETA II (Publ. D. Quixote, 2007)
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