como um animal ferido que se agarra
à vida por de dentro
e a vai perdendo devagar
enquanto sangra e sofre
emudecendo.
então beijavas-lhe
os seus próprios gemidos, a sua
desolada liberdade, o que no seu
olhar se enevoava.
não lhe peças mais nada,
não lhe digas
mais nada, mas não deixes
que a noite tome conta dela e
dite as suas leis.
VASCO GRAÇA MOURA, in O RETRATO DE FRANCISCA MATROCO E OUTROS POEMAS (1998), in POESIA REUNIDA, 2, (Quetzal, 2012)
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